domingo, 14 de dezembro de 2008

A restauração da independência

Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela. Nos anos imediatamente anteriores a 1640 começou a intensificar-se o descontentamento em relação ao regime dualista em parte dos membros da classe aristocrática, dos eclesiásticos (principalmente os jesuítas, que exploraram nesse sentido as crenças sebastianistas – e, em geral, «encobertistas») e acaso também entre os interessados no comércio com as províncias ultramarinas do Atlântico. (…) A má administração do governo espanhol constituía uma grande causa de insatisfação dos Portugueses em relação à união com Castela. Dessa má administração provinha o agravamento dos impostos. (…) A 6-VII-1628 era expedida a carta régia que, sem o voto das Cortes (por tradição, indispensável para que se criassem novos tributos), mandava levantar, por meio de empréstimo forçado, as quantias necessárias para a defesa, durante seis anos, de todos os lugares dos nossos domínios ameaçados pelos estrangeiros. A população mostrou logo a sua má vontade. (…) A tensão agravou-se quando o clero (cujos privilégios o isentavam de tais imposições) se viu também incluído na colecta geral. (…) Também no Ultramar surgiram protestos. (…) Em 1635 era estendido a todo o reino o imposto do «real de água», bem como o aumento do das sisas. Em 1634 confiava Olivares o governo de Portugal a uma prima co-irmã de Filipe IV, a princesa Margarida, viúva de Vicêncio Gonzaga, duque de Mântua. Ao mesmo tempo (fins de 1634) Miguel de Vasconcelos era transferido do seu posto de escrivão da Fazenda para as elevadíssimas funções de secretário de Estado, em Lisboa, junto da duquesa, cargo em que teve ensejo de desagradar muito aos Portugueses não partidários de Castela.
Vera Mota

A Guerra da Restauração

Após a restauração da independência nacional, em 1640, com o afastamento dos representantes da administração filipina e a tomada do poder por D. João IV, a primeira preocupação do novo rei e dos seus apoiantes foi, naturalmente, consolidar o poder alcançado. Essa consolidação passava por iniciativas em vários domínios. Na ordem interna, D. João IV obteve legitimidade formal sendo reconhecido e prestando juramento perante as Cortes de Lisboa, logo em Janeiro de 1641. No plano diplomático, o envio de embaixadores a várias capitais europeias visou obter o apoio de outros monarcas.O principal problema era de natureza militar, pois temia-se, e acertadamente, ataques de Espanha. O governo do reino precaveu-se, preparando exércitos e dispondo os meios para custear o esforço de guerra. Os meios de defesa ter-se-iam certamente mostrado escassos se os espanhóis atacassem de imediato, mas a Espanha estava envolvida na Guerra dos Trinta Anos, que acabou em 1648, e apostou depois em intervenções armadas noutros pontos, de maior importância estratégica para os seus interesses que Portugal.Desta forma, começou por assistir-se a campanhas esporádicas e inconsequentes, que a resistência portuguesa enfrentou sem grandes dificuldades. A primeira investida séria dos espanhóis deu-se apenas em 1663, já no reinado de D. Afonso VI tendo Portugal perdido então as praças de Évora e Alcácer do Sal. O conflito desenvolveu-se de forma descontínua, com arremetidas irregulares, e de uma maneira geral pendeu a favor dos portugueses, que venceram uma série de recontros importantes, com destaque para a Batalha do Ameixial, em 6.729.922,2 m² Batalha de Castelo Rodrigo, em 1664, e a Batalha de Montes Claros, em 1665.A guerra terminou apenas em 1668, com a assinatura de um tratado de paz, em Lisboa, a 13 de Fevereiro. Nos termos desse tratado, a Espanha reconheceu definitivamente a independência de Portugal.
Ana Silva

1 de Dezembro de 1640

No dia 1 de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal.
Falecido o cardeal-rei D. Henrique, em 1580, sem ter designado um sucessor, Filipe II de Espanha, neto do rei português D. Manuel I Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio.
Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.
A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma província espanhola.
Os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação. Assim no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu secretário, Miguel de Vasconcelos.
A Duquesa foi presa e o Secretário morto.
Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV, Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".
André Estrada