domingo, 19 de outubro de 2008

Alimentação, usos e costumes a bordo dos navios dos Descobrimentos


Ao longo de vários anos, os portugueses navegaram por mares e atingiram terras até então desconhecidas. Para navegar em mares desconhecidos, utilizaram a caravela, instrumentos de orientação, mapas e cartas de marear.
Cada navio era abastecido antes de partir com alimentos necessários para alguns meses – água, vinho, biscoitos (pão de farinha de trigo cozida várias vezes), vinagre, azeite, carne salgada, peixe seco e salgado, feijão, grão-de-bico, cebolas, alhos, figos, amêndoas, uvas passas, queijos, galinhas, coelhos, cabras, etc.
Tal como acontecia com outros alimentos, a água sofria os maus efeitos do clima e das más condições da loiça em que se guardava. Para bebê-la era necessário muitas vezes fechar os olhos e tapar o nariz.
Os alimentos eram entregues crus aos tripulantes, mensalmente, devendo ser cozidos pelos próprios. Os fidalgos e oficiais tinham os seus próprios cozinheiros.
Entre as doenças mais vulgares contavam-se o mal das gengivas, ou escorbuto.
Faziam-se procissões para acalmar as tempestades, pediam a Deus que mandasse bons ventos, ou que acabasse com as doenças que apareciam.
Aos domingos e dias festivos celebravam sempre missa cantada. Mas queixavam-se os sacerdotes que as discórdias entre os tripulantes aconteciam muitas vezes.
A vida quotidiana da tripulação era constituída pelas próprias tarefas. Nos raros tempos livres jogavam os dados e outros jogos de azar.
As paragens junto às praias eram aproveitadas para matar ratos e insectos. As nau8s eram então desinfectadas com fumo de enxofre ou de alcatrão.
No navio havia sempre alguém que escrevia sobre todos os acontecimentos, fazendo uma espécie de Diário de Bordo, para contar grande parte das experiências vividas pelos corajosos navegadores portugueses.
Ana Rita M. Barbosa